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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Poema



Disseram que a mulher se libertou
Não foi o que  a Maria achou
Ela trabalha duro todo o dia
E tem raros momentos de alegria
Ela gera dinheiro para o patrão
Mas no fim do mês, fica sem um tostão
Disseram que a mulher é a rainha do lar
Não é o que acha a Cleomar
Limpa a casa até anoitecer
Enquanto o marido assiste TV
Esse marido também é explorado
Mas trata a mulher pior do que é tratado
Disseram que a mulher é assim naturalmente
Tem que cuidar dos filhos, da casa, e de toda a gente
Ah, mas que gente incompetente!
Não suspeita que a mulher é diferente
Que ela pensa, ama, chora
Que perde suas preciosas horas
Em trabalhos que ninguém reconhece
Em esforços que todos esquecem?
E se a mulher trai o marido
É motivo pra pancada
Mas se o marido trai a mulher
Ah...Ninguém lembra de nada
A mulher é duplamente explorada
Trabalha em casa e não recebe nada
Trabalha fora e é humilhada
Oprimida também pela mulher  patroa
Pois há mulheres que ganham dinheiro e esquecem das outras
Disseram que a mulher é objeto
E ainda acham isso correto
Em cada propaganda odiosa e machista
Que expõe só o seu corpo na revista
Que esquece que a mulher também é pessoa
Essa é a verdade doa a quem doa
A mulher é escritora inteligente, artista
Trabalhadora da fábrica, cientista
Ela é lutadora e defende seus direitos
E aos poucos desfaz os preconceitos
Ela luta com força contra o patrão opressor
E tenta convencer o companheiro trabalhador
De que homens e mulheres do povo são iguais
E aqueles que os oprimem não o farão jamais
E ao invés de se sentirem sozinhas e unitárias
Se unem e gritam forte: Viva as LIBERTÁRIAS!

8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA

*postagem antiga

A origem do dia 8 de março está ligada a uma greve geral ocorrida no ano de 1857 em uma indústria têxtil de Nova Iorque, onde a maioria dos operários eram mulheres. Refere-se também ao incêndio ocorrido numa fábrica de tecidos em 1911 na qual mais de 100 trabalhadoras morreram.

No dia 8 de março de 1907 houve uma grande manifestação, conhecida como Marcha da Fome, em apoio à greve de 1857. Na marcha da fome houve uma presença majoritária de trabalhadoras que saíram nas ruas de Nova Iorque reivindicando melhores salários e redução da jornada de trabalho para 10 horas. Desde então foram realizadas anualmente manifestações nesse dia.

Durante o II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas (1910), Clara Zetkin, propôs que se criasse um dia internacional da mulher trabalhadora. Segundo ela, era essencial criar uma referência internacional para a luta das mulheres.

No entanto, o capitalismo se apropriou da luta das mulheres no dia 8 de março, que tinha um caráter de classe (trabalhadoras), e a subordinou ou mesmo reduziu a opressão de gênero. As principais conquistas ressaltadas estão relacionadas com o  direito ao voto, a igualdade perante a lei ou a oportunidade de assumir cargos de chefia. Mas isso não muda a realidade de exploração que sofrem a maioria das mulheres.

É ilusão acreditar que a luta pelo sufrágio universal virá atrelada a uma construção de uma sociedade igualitária. A igualdade perante a lei não é ainda uma igualdade efetiva e a garantia assumir cargo de chefia não tem como conseqüência a humanização das instituições, pois as instituições de privilégios serão injustas tanto se forem administradas pelos homens quanto pelas mulheres.

Dessa forma, não podemos nos deslumbrar com a vitória da presidente Dilma Rousseff e pensar que acabará a exploração de gênero e classe. Dilma serve aos interesses capitalistas, que não beneficiam a mulher. A libertação da mulher trabalhadora somente será efetiva quando realizada pela mulher trabalhadora.

Nós do Coletivo Feminista Classista LIBERTÀRIAS acreditamos que a luta contra a opressão de gênero está vinculada à luta contra a opressão de classe, e que lutar contra uma é necessariamente lutar contra a outra.

 
AVANTE A LUTA DA MULHER TRABALHADORA!
VIVA O COLETIVO LIBERTÁRIAS!
VIVA A REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA!

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE É SEM ESTUPRO NA UNIVERSIDADE!

*Brasília, 7 de setembro de 2011 - Comunicado Nº04 da RECC - seção DF 




BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!
ORGANIZAR UM MOVIMENTO DE MULHERES COMBATIVAS!





Dia 19 de agosto recente ocorreu novo caso de estupro de uma estudante da UnB. Era cerca de 18h30 e ela percorria o comum trecho entre da Universidade à L2 para pegar ônibus, na altura da 606 norte, quando foi sequestrada e colocada em um carro, sendo amarrada e tendo os olhos vendados pelo estuprador. Em decorrência deste, que não é um fato particular ou isolado, mulheres estudantes da UnB realizaram um ato de protesto no dia 1º de setembro.

Nós da Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC achamos fundamental um posicionamento definitivo sobre os casos de violência contra as mulheres, principalmente na Universidade, e também uma análise desse processo de lutas. É dever de todas as mulheres trabalhadoras e estudantes, em particular, e do Movimento Estudantil e Sindical, em geral, tomar parte em tal discussão e ações a fim evitar novos casos de violência sexual e reprodução do machismo em nosso meio.

IDENTIFICAR E COMBATER AS EXPRESSÕES OBJETIVAS DO MACHISMO!

Devemos nos recordar que o recente estupro não é um fato isolado e que, considerando outras ocorrências, como o estupro em março de 2010 no terreno baldio entre a UnB e a parada de ônibus da 605, denúncias de tentativa de estupro ou assédio sexual, atestam um perfil de reprodução da violência machista da sociedade em geral em nossa Universidade. As diversas calouradas com “brincadeiras” e gritos de guerra machista engrossam o caldo do desrespeito às mulheres. Por outro lado, não podemos fechar os olhos para o desrespeito às mulheres trabalhadoras, principalmente terceirizadas, cujos direitos básicos são atropelados, como pelas recentes demissões de companheiras grávidas, ou nos diários casos de assédio moral e sexual pela patronal.

Mas se os casos de estupro são decorrência de uma secular educação machista – originada na submissão feminina, na divisão sexual do trabalho e, por fim, na objetificação da mulher como uma mercadoria –, que como tal não se acabará por decreto, senão nas possibilidades abertas pela demolição da sociedade capitalista, devemos procurar objetivamente nossos inimigos imediatos. Definitivamente, esta não é uma luta contra os homens. Homens versus mulheres é uma falsa polarização. Sob o protagonismo das mulheres, isso sim, mas homens e mulheres estudantes e trabalhadoras devemos combater juntas o machismo.

Quando falamos de inimigos imediatos, estamos dizendo que os representantes oficiais da UnB, a REItoria, e o próprio GDF devem ser responsabilizados pelo caso de estupro. A REItoria, pois como administração não oferece segurança às suas alunas que necessitam se deslocar pelos campus, principalmente no fim de tarde e a noite, encontrando aí riscos ao passar por locais sem iluminação, com mato alto, sem asfaltamento etc. Além disso, mantém um corpo de segurança terceirizado, que além de gerar precarização do trabalho, não é habilitado para proteção das pessoas, mas sim voltado à proteção patrimonial, e também torna distante a orientação da comunidade acadêmica sobre suas funções. O GDF, pois via DF Trans, é responsável pela quantidade extremamente limitada de transporte dentro do campus, assim como pela alta tarifa imposta (que impede estudantes pobres pegarem duas conduções, como até a Rodoviária, tendo que se arriscar até a L2 ou ao Eixo a pé) e mesmo pela proibição à REItoria de oferecer transporte gratuito até a Rodoviária, pois quebraria o direito de concessão – ou mercantilização – às máfias do transporte em Brasília.

Com os recorrentes casos de insegurança na Universidade, abre-se pressuposto para a militarização do campus. A REItoria já tomou sua decisão, ajudada pelo conivente imobilismo do DCE da UNE, de colocar a PM na UnB. Companheiras, definitivamente: POLÍCIA NÃO É SINÔNIMO DE SEGURANÇA! No caso da criminalidade em geral, devemos saber que em grande parte ela é decorrência da precarização das condições de vida do povo geradas pelo capitalismo, e que POLÍCIA NENHUMA RESOLVE ESTA CAUSA PRIMEIRA. No caso dos estupros, a declaração de um PM durante o ato do dia 01/09 é exemplar. Ao ser questionado onde e o que fazia a PM durante o estupro, a resposta do soldado foi enfática: “comendo a puta da tua mãe”. A função máxima da PM na sociedade é manter a ordem, ou seja, a ordem burguesa: a propriedade privada e a exploração sobre a classe trabalhadora. As consequências da entrada da PM no campus serão, assim, claras: repressão e vigilância dos movimentos estudantis e sindicais; opressão e criminalização das minorias sociais: negras, mulheres, pobres e homossexuais.

SUPERAR A DESORGANIZAÇÃO PARA SEGUIR LUTANDO!

Diante destas reflexões, cabe agora realizar um balanço do ato do dia 01/09 e das características limitantes dadas a este espaço pela hegemonia da política autonomista e governista do DCE. Em primeiro lugar, consideramos que houve, desde a preparação do ato, uma desorganização prejudicial à causa pelo fim da violência contra as mulheres na UnB. Desorganização em objetivo do ato, consequentemente na sua rota e também em sua estrutura. O objetivo do ato deveria ser, além da propaganda da questão e a adesão à mobilização, exigir o cumprimento das nossas reinvindicações pelos agentes responsáveis, no caso a REItoria.

Ocorre que o ato se perdeu, em grande parte, pela permeação simbólica de uma reivindicação do fim do machismo, mas em abstrato. Como dissemos o machismo não terá fim por decretos, por isso a luta contra o machismo atualmente deve se personificar nas reivindicações materiais que ofereçam, no caso tratado, maiores possibilidades de pôr fim aos estupros imediatamente (iluminação, calçamento, transporte etc.). Não se trata de abdicar da luta contra o machismo em geral, mas sim que devemos partir dos fatos objetivos imediatamente vistos e sentidos para elevar, a partir daí, à compreensão do machismo como um todo às próprias mulheres, que muitas vezes se omitem ou não percebem as relações machistas às quais estamos expostas. O machismo - a relação desigual e opressora de gênero não é, a priori, imediatamente percebida em sua causa. Por isso a necessidade de tratarmos dos fatos concretos, e não dos símbolos, para combater a reprodução do  machismo. A consequência desta falta de objetividade foi que a direção do ato nos levou até a L2 norte, numa prática meramente simbólica e ineficaz, tanto em termos de aglomeração e propaganda a um público maior quanto em não exercer, ali, absolutamente pressão nenhuma frente aos responsáveis.

Após sair da L2 norte, numa prática de ato voltado para si mesmo, o ato seguiu à REItoria – o que seria, em tese, correto. Mas duas situações foram prejudiciais à passageira ocupação: primeiro que a dinâmica anterior, de levar o ato à L2, gerou um esvaziamento gradual posterior e o movimento não possuía uma pauta de reivindicações claras. O que se tinha era uma carta aprovada pelo CEB – portanto legítima, apesar dos nossos fortes desacordos com os termos referentes a delegacias de mulher e a omissão que abriu precedente ao policiamento no campus. Não estava claro, no entanto, que esta mesma carta de reivindicações seria adotada pelo “coletivo de mulheres”, pois também legitimamente, este “coletivo” poderia estabelecer suas próprias pautas que inclusive tivesse distinções da primeira. Este processo de definição das pautas do ato a ser entregue a REItoria deveria ter se dado anteriormente ao ato. Mas neste "vazio" de uma clara plataforma reivindicativa, o movimento se viu com a necessidade de articular, ali mesmo na REItoria, suas reivindicações. Se o REItor tivesse recebido imediatamente o movimento, seria um embaraço completo. Esta desorganização prévia também resultou na falta de um material público de propaganda, com um simples panfleto ou faixas mais claras.

O que se pode ver, em síntese, foi uma predominância do espontaneísmo desorganizador, característica dos grupos e militantes autonomistas; de uma característica pós-moderna, ao relativizar os objetivos ou inimigos do ato centrando num machismo em abstrato e não nos agentes objetivamente responsáveis; e de um costume governista do DCE de blindar a REItoria, não levando-o, após uma propaganda no ICC, imediatamente à REItoria. Ademais, pode-se ver o cerceamento da liberdade de exposição das organizações apoiadoras da luta contra o estupro, ao se exigir o rebaixamento das bandeiras da RECC, da Oposição CCI e do Coletivo LIBERTÁRIAS. Esta prática purista reproduz uma falsa ideologia do “consenso”, como se todos no ato devessem ter seus posicionamentos e ideologias diluídas para estarem ali presentes, além de condenar de tabela o legítimo direito de organização dos estudantes. Não há problemas em nos organizarmos. Há, isso sim, em estarmos desorganizadas! Todas devemos ter o direito de levantar as bandeiras de nossas organizações nos atos. Isto não significa “aparelhamento” nem nada do tipo. Ou o fato de não haver uma bandeira do PT ou PSTU no ato os impediria de estes darem direção ao mesmo? Rebaixar bandeiras não passa de um míope ataque a questões secundárias, típicas do autonomismo e do individualismo, ao invés da preocupação com o central, com o conteúdo e a política do ato. Por isso dizemos: organizem-se mulheres! Venham construir a luta das mulheres trabalhadoras ao lado do Coletivo LIBERTÁRIAS e da RECC!

FORA PM DO CAMPUS!
TODO O PODER AO POVO: ÀS NEGRAS, ÀS MULHERES, ÀS HOMOSSEXUAIS E ÀS POBRES!
ROMPER COM O FEMINISMO PEQUENO BURGUÊS E COM O AUTONOMISMO INDIVIDUALISTA E DESORGANIZADOR!
CONSTRUIR UM MOVIMENTO DE MULHERES CLASSISTAS INDEPENDENTE DO GOVERNO E DA REITORIA!
MULHERES: DEFENDAM-SE!
AS AGRESSÕES MACHISTAS NÃO PASSARÃO!

Reunião aberta para construção da campanha: 15 de março (quinta), às 12h em frente ao CASESO (ICC central)


* Postagem de 8 de março de 2012

No dia 8 de março é comemorado internacionalmente o dia da Mulher Trabalhadora, o qual esteve marcado por lutas na busca por mudanças na condição das mulheres na sociedade. Hoje, porém, por meio da mídia, por exemplo, dissemina-se a falsa ideia da efetiva libertação da mulher pelo fato de estar inserida no mercado de trabalho, como se as mulheres já estivessem emancipadas. No entanto, a mulher conquistou somente mais uma jornada de trabalho - com a diferença que é paga, sendo que esta inserção no mercado de trabalho se utiliza de sua condição de "inferior" para uma maior exploração de sua força de trabalho.

A mulher inserida no mercado de trabalho tem que conciliar os diversos papéis que lhe foram condicionados, porém considerados de ordem "natural", tendo que, muitas vezes, buscar aqueles empregos que permitem cumprir sua função dentro da instituição família. Estes postos de trabalho que está inserida, em sua maioria, são caracterizados pela informalidade, baixos salários e instabilidade, sendo assim a sua inserção no mercado de trabalho é de forma precarizada subalterna. A mãe trabalhadora, por sua vez, ainda deve aliar sua função de cuidado dos filhos com a jornada de trabalho fora de casa. E a condição piora se estas tiverem que se ocupar com os estudos.

Para ter cumprida sua obrigação de maternidade, a mãe trabalhadora e estudante tem que deixar seus objetivos para atender as demandas de mãe. As creches possibilitariam uma maior independência às mulheres, porém estas não encontram creches públicas em quantidade suficiente, e muitas vezes estão com más condições de uso, o que faz, por sua vez, essas mães recorrerem as creches privadas ou informais, mesmo não tendo dinheiro suficiente para isto. Esta é a condição também das mães estudantes e proletárias das Universidades, sendo que estas, em sua maioria, ou não possuem creches públicas ou quando têm não é suficiente para atender a demanda. Estes fatores influenciam diretamente na libertação da mulher, pois impedem a sua inserção nos diversos espaços públicos de forma crítica e independente.

Com vista a estar discutindo sobre estas questões e da sua fundamental importância na construção da luta de libertação das mulheres trabalhadoras, a RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) convoca os CA's, Sintfub, ADUnB, terceirizadas, estudantes e trabalhadoras em geral, a estarem participando da reunião aberta convocada para construirmos um debate/seminário iniciando uma campanha por Creches Públicas nas Universidades proposta para o mês de março. Esta reunião aberta à todos e todas será realizada no dia 15 de março, às 12h em frente ao CASESO (Centro Academico de Serviço Social -  ICC Central). Contamos com sua presença. 
 Viva a luta das mulheres trabalhadoras!
Creches Públicas na Universidade, já!

[CARTILHA] Creches Públicas: garantir o direito das mulheres ao trabalho e ao estudo

Elaborada pelo Coletivo Classista Feminista LIBERTÁRIAS e pelo Coletivo PEDAGOGIA EM LUTA através de um grupo de estudos, a cartilha "Creches Públicas" trás a discussão da mulher como gênero construído socialmente e seu papel dentro da família e da sociedade em geral. Aborda também a situação de superexploração a que estão submetidas pelo capitalismo a maioria das mulheres trabalhadoras brasileiras. A partir dai, fundamenta o carater classista da reivindicação por creches públicas, principalmente vinculadas às universidades brasileiras, ambiente de militância dos Coletivos. A cartilha cumpre a função de auxiliar teórico-prático na campanha pretendida pelos Coletivos que a constroem. Vale a pena ler!





LEIA ABAIXO A INTRODUÇÃO.
FAÇA O DOWNLOAD DA CARTILHA COMPLETA



 INTRODUÇÃO


De acordo com a pesquisa feita pelo IBGE (17/09/2010), as mulheres brasileiras constituem um total de 39,5 milhões de trabalhadoras. Desta massa de proletárias, mais da metade delas (51,2%) está submetida ao trabalho informal. Os dados mostram que 17% das mulheres estão no trabalho doméstico, e 72,8% destas empregadas domésticas não possuem carteira assinada. Além disso, a taxa de jovens mulheres, entre 16 a 24 anos, na informalidade é altíssima (69,2%), o que se explica pela difícil realidade de conciliação entre trabalho, estudo e afazeres domésticos.

As mulheres trabalhadoras da sociedade brasileira são vítimas de uma herança sócio-cultural patriarcal, capitalista e exploradora que as enquadra sempre em termos da seguinte função: cuidar dos filhos e da casa, porque este, supostamente, seria seu dever de mãe. Por ter o “dom de parir”, a mulher foi relegada da possibilidade de participar de espaços públicos: para a sociedade, sua função é apenas a maternidade, pois assim é considerado “de sua natureza”.

A exploração gerada por essa concepção de maternidade, que dificulta enormemente a participação efetiva das mulheres nos espaços públicos, nos leva a concluir que o capitalismo se aproveita dessa condição de diversas formas: seu trabalho doméstico (por ser considerado de menor importância para os assuntos públicos da sociedade) é cada vez mais desvalorizado, mal pago (quando pago), exige longas horas de jornada, e as sujeita a maus tratos tanto físico quanto psicológico. Portanto, para quebrar a atual noção de maternidade, que funciona como forma de opressão às mulheres, a reivindicação histórica do movimento feminino por creches públicas de qualidade compreende então uma pauta fundamental no que diz respeito à emancipação da mulher. Um sistema de qualidade e gratuito de creches possibilitaria, a nível material, uma verdadeira e mais ampla participação das mulheres nos espaços públicos.


As políticas governamentais até hoje não atenderam as necessidades da grande massa de mulheres trabalhadoras: as creches privadas são de custo muito elevado, as públicas estão sempre lotadas e em condições precárias. As políticas ‘tapa-buraco’ como o auxílio-creche e creche-domiciliar não cumprem a função de prover a educação infantil, precarizam e flexibilizam as relações de trabalho, além de incentivarem o desenvolvimento das creches privadas em detrimento das públicas.
PELA ABERTURA DE CRECHES PÚBLICAS JÁ!
GARANTIR O DIREITO DAS MULHERES AO TRABALHO E AO ESTUDO!


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Creches Públicas na Universidade, já!


Chamado para construção de campanha por Creches Públicas na Universidade, já!

A REITORIA DIZ: NÃO SEJAIS ESTUPRADA!

* Postagem antiga, da época ainda do Reitor José Geraldo.


O recente estupro ocorrido na UnB não deixa dúvidas: a estrutura da UnB corrobora com o pensamento machista de que ser ou não estuprada depende única e exclusivamente da mulher. Mais uma vez há a culpabilização da vítima e o ataque superficial do problema. A medida provisória do REItor José Geraldo, que coloca mais PMs no campus, em nada mexe com a estrutura do problema de segurança da universidade, além de podar ainda mais a liberdade dos estudantes. O isolamento do campus em relação ao território do Plano Piloto, a falta de transporte público e iluminação dentro do campus, os diversos terrenos baldios que o circunda: esses são uns dos problemas que a reitoria teima em não resolver.
            A situação de universidades federais com recente entrada da PM elucida o fato de que não é criando no campus um Estado de Sítio que se resolve problemas de criminalidade. Primeiro por que a criminalidade é um fruto imediato do capitalismo, causa da precarização das condições de vida do povo (moradia, trabalho, educação, saúde, etc.).  Segundo que, mesmo para a resolução a curto prazo do problema de segurança, os reparos na infraestrutura se mostram bem mais eficazes e sem nenhum “efeito colateral”, como é o que a PM traz com o seu caráter violento e repressor.
Exigir “policiamento adequado” é não perceber a função inerente das forças armadas no Estado capitalista, como cão de guarda da propriedade burguesa. A UnB, com sua extrema elitização, facilitará o trabalho da polícia de encontrar o seu “elemento suspeito”, construído por preconceitos, que invariavelmente fará parte de minorias sociais (negr@s, pobres, etc.).
Com base nessas ideias, exigimos imediata iluminação dos caminhos que vão para os três pontos de ônibus mais utilizados por estudantes da UnB (Thomas Jefferson, CEAN, Big Box); e que haja ampliação de linhas e horários do transporte gratuito, saindo do ICC, entradas sul e norte, FED, FA, FEF, IQ, IB etc. para alguns pontos da L2 norte, a partir das 17h30, de 15 em 15 minutos. Chamamos tod@s à luta para que se possa unificar nossas reivindicações com as de outr@s estudantes que sofrem dos mesmos problemas de falta de estrutura da universidade, e assim pressionarmos de fato a Reitoria.

SEGURANÇA PARA PROTEÇÃO E NÃO PARA REPRESSÃO!
PELA LIBERDADE SEXUAL DA MULHER!

“Nem feminismo burguês, nem classismo machista! A luta da mulher é a luta do povo e a luta do povo é a luta da mulher!”

CONSTRUIR UM COLETIVO FEMINISTA DA RECC

*Texto publicado no boletim da AVANTE! de março de 2011

O mito da libertação da mulher é sustentado pela sociedade burguesa a todo momento: retratam a "conquista" do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, sua importância para a sólida construção da família. Analisamos que da forma como é constituída hoje, a família se torna, para a mulher, uma segunda jornada de trabalho, que, além de não remunerada, não é reconhecida. Da mesma forma, a "conquista" do mercado de trabalho nada mais é do que a vitória do capitalismo, que tem mais mão-de-obra (ainda mais barata) para explorar. Até mesmo a revolução sexual da mulher significou ter seu corpo posto como objeto comprável e continuar sendo vista como passiva e dominável.

Derrubando esse mito, o que precisamos enxergar é a necessidade de nós mulheres (1) lutarmos pelo fim da desigualdade de gênero e (2) pela libertação da classe trabalhadora. Sem a primeira luta, a segunda fica incompleta, pois sofremos opressão também dentro da classe. Por outro lado, desvinculada da luta pela emancipação da classe trabalhadora, a luta pelo fim da desigualdade de gênero manterá o sistema capitalista (não apenas com o homem, mas também com a mulher oprimindo e explorando nossa classe). Sendo assim, essas duas lutas devem ser indissociadas e garantir esse programa é um dever das mulheres classistas!

Percebendo a necessidade de discussões e lutas feministas classistas, nós, mulheres da RECC, formamos o Coletivo Feminista Classista Libertárias da RECC, que tem como objetivo agremiar mulheres engajadas no movimento estudantil, sindical e popular, que vejam a luta de gênero como vinculada à luta de classes. Propomos-nos a dar prosseguimento à luta das mulheres que batalharam por um mundo onde houvesse liberdade, construindo pela base, nos locais de estudo, trabalho e moradia, espaços de discussão e luta feminista proletária. Convocamos, então, todas as mulheres classistas a construírem conosco Coletivo Feminista Classista Libertárias! ■

Pela Emancipação das Mulheres Proletárias!
Por condições dignas de estudo para a mulher trabalhadora!

terça-feira, 5 de março de 2013

8 de Março - Dia da Mulher Trabalhadora



Em 1857, uma greve geral paralisou as atividades de uma indústria têxtil de Nova Iorque por conta das péssimas condições de trabalho a que eram obrigadas a ser submeter um grande número de mulheres. No mesmo ano, no dia 08 de março, a Marcha da Fome contou com a presença majoritária de trabalhadoras reivindicando nas ruas melhores salários e redução da jornada de trabalho para 10 horas. Em 1911, um incêndio numa fábrica de tecidos matou mais de 100 trabalhadoras. Desde então, são realizadas anualmente manifestações nessa data.

A mídia burguesa celebra o 08 de março. Vende presentes e o mito da igualdade de gênero, propaga a imagem da mulher empoderada, em cargos de chefia nos altos postos do capitalismo, como se a força de vontade fosse garantia de sucesso para qualquer mulher.

O feminismo burguês celebra o 08 de março. Transforma a data em festa, cria a ilusão nas
migalhas concedidas pelas políticas públicas do Estado em que busca espaço e pauta somente
a questão da liberdade sexual, como se isso bastasse para emancipar a todas nós.

Do outro lado, a mulher trabalhadora ainda enfrenta triplas jornadas de trabalho, estudo
e tarefas domésticas. Ainda tem dificuldades de ingressar e permanecer no mercado de

trabalho, sendo explorada por salários inferiores e sofrendo assédio de seus patrões. São vitimadas por crescentes índices de violência doméstica, estupros e assassinatos.

Para as burguesas e patroas, inimigas do povo, reformas no Estado bastam para garantir seus privilégios. Para elas são convenientes as marchas festivas, as ressignificações e ridicularização do machismo. É também conveniente apagar o histórico de luta combativa das mulheres do povo.

Não podemos permitir que o capitalismo se aproprie de uma data criada para saudar e manter viva a memória das mulheres que lutaram por melhores condições de vida e trabalho
para toda sua classe. A luta da mulher trabalhadora não é só contra a opressão de gênero, porque esta é diretamente determinada pela opressão que sofre todo o conjunto da classe trabalhadora pelas mãos da burguesia que vive de nosso trabalho e de nossa miséria.

Sem rosas, sem festa, sem ilusão. Punho cerrado à mulher burguesa, mão estendida à mulher
trabalhadora do campo e da cidade.

NEM FEMINISMO BURGUÊS, NEM CLASSISMO MACHISTA! 
A LUTA DA MULHER FAZ PARTE DA
LUTA DO POVO E A LUTA DO POVO FAZ PARTE DA LUTA DA MULHER!

Coletivo Libertárias

domingo, 1 de maio de 2011

Apresentação


Histórico e princípios:

O Coletivo Feminista Classista Libertárias surgiu em dezembro de 2010, fruto da necessidade das militantes do Movimento Estudantil Classista e Combativo de formar um coletivo de mulheres que agremiasse não somente estudantes mas também trabalhadoras e demais mulheres do povo. A base era na Universidade de Brasília (UnB), e depois se expandiu, com bases locais nas Universidade Estadual de São Paulo – Campus Marília, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Campo Grande e Universidade Federal do Ceará - Fortaleza.
A proposta é um coletivo que não seja apenas feminista, pois também enxergamos a questão de classe e entendemos que a luta da mulher se faz contra a opressão que se exprime sobre ela diretamente, provinda da própria opressão sobre toda a classe trabalhadora. Assim surge o Libertárias, um coletivo feminista e ao mesmo tempo classista.
O Coletivo foi criado dentro da RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa), passando, depois, a ser um GT (Grupo de Trabalho) da Rede. Essa mudança estrutural se deu pela compreensão da organização de que a luta deve se dar de forma não-sexista. A formação de coletivos se dá no âmbito específico de estudo dos militantes (de curso, secundaristas etc), com poder de deliberação conforme suas realidades; os GTs são formados no âmbito geral, visando um acumulo teórico para a organização sobre assuntos específicos e transversais, executando ações imediatas. Assim, no Libertárias se discutem temáticas e executam atividades com relação à luta e direitos da mulher e entendemos que não há a necessidade de uma divisão homem-mulher dentro da RECC, acreditando que é o sistema que impulsiona e dissemina as diversas formas de opressão contra o trabalhador, e principalmente, contra a mulher trabalhadora, e que a luta deve ser de todas e todos!
As nossas ações se encaminham em dois sentidos: O de fortalecer a atuação das mulheres nas lutas da qual fazemos parte (movimento estudantil, sindical e popular) e ao mesmo tempo impulsionar as lutas específicas, enquanto mulheres, pelas reivindicações feministas. Assim, nosso grande combate é contra o machismo operante e inerente à sociedade. Seguimos duas frentes principais de combate:
1) Contra a exploração da mulher, gerada pelo sistema capitalista. Exemplos: baixos salários para mulheres, dupla jornada de trabalho (em casa e fora), falta de creches, entre outros. Esse é nosso maior inimigo e ao qual combateremos veementemente, participando das lutas diárias (manifestações, greves, ocupações) e junto aos outros movimentos, quando necessário.
2) Combatendo o machismo que existe dentro da própria classe e dos movimentos. Essa é uma questão que pode ser abordada levando para dentro dos grupos e movimentos nos quais atuamos nossas críticas em relação ao machismo de companheiros e até mesmo de nós mesmas, fazendo debates também com a comunidade (vídeos-debates, oficinas, seminários) e organizando grupos de estudos para aprofundar estes temas.

Sendo um GT da RECC, nos embasamos em princípios políticos que orientam essa organização:

1- Classismo: a defesa da classe trabalhadora e da(o)s estudantes filha(o)s de trabalhadora(e)s e de todas as minorias oprimidas pelo capitalismo (pobres, negros, mulheres, homossexuais), além da aliança popular-sindical e estudantil.
2- Anti-governismo e ação direta: somos nós mesma(o)s que devemos alcançar nossos objetivos através de nossa luta diária, sem recorrer a parlamentares e partidos eleitoreiros, nem à democracia burguesa.
3- Independência: De governos, patrões, diretorias, reitorias, e etc.

Algumas de nossas bandeiras:

- CRECHES PÚBLICAS JÁ! A criação de creches públicas de qualidade é um pré-requisito importante para que a mulher possa se libertar da sua tripla jornada de trabalho. A falta destas creches implica na sobrecarga da mulher, (que historicamente é vista como a principal responsável pelo cuidado com as crianças). De qualquer modo a luta por creches beneficia não só a mulher mas toda a família.
- IGUALDADE NO TRABALHO! Que a mulher não seja subjugada no mercado de trabalho, com salários mais baixos, assédios, piores condições, etc. É necessário organizar a luta da mulher trabalhadora para que tenha direitos iguais aos dos homens.
- CONTRA TODA FORMA DE OPRESSÃO! Contra o machismo, o racismo e a homofobia! O machismo pode se expressar de várias formas ( preconceito, assédio, estupro, agressão verbal ou física) e deve ser combatido em todas as frentes. Seja nos casos mais objetivos, seja nas vias simbólicas.

Maiores informações ver: http://redeclassista.blogspot.com.br/

AVANTE MULHERES TRABALHADORAS!
NEM FEMINISMO BURGUES, NEM CLASSISMO MACHISTA! A LUTA DA MULHER FAZ PARTE DA LUTA DO POVO, E A LUTA DO POVO FAZ PARTE DA LUTA DA MULHER!